A polícia de Lahore, Paquistão, recuperou na segunda-feira da semana passada (4), os corpos de duas irmãs cristãs cujos supervisores muçulmanos as pressionaram a se converter ao islamismo antes de matá-las, disseram fontes.
Mushtaq Masih disse que a polícia o informou em 4 de janeiro que os policiais encontraram os corpos (já em estado de decomposição) de sua esposa de 28 anos, Sajida Mushtaq e a irmã dela, Abida Qaiser, amarrados e empacotados em sacos em uma vala de drenagem da área. Sajida Mushtaq, mãe de quatro filhos, e Qaiser estavam desaparecidas desde 26 de novembro.
“Minha esposa sempre reclamava do assédio de seus supervisores, mas ela costumava me dizer que estava lidando bem com a situação”, disse Masih ao Morning Star News. “Depois que ela desapareceu, um de meus parentes compartilhou conosco que Sajida havia confidenciado a ela que seus supervisores, Muhammad Mumtaz e Naeem Butt, costumavam pressionar a ela e a Abida a se converterem ao Islã e se casarem com eles”.
Trabalhador católico de saneamento em um centro comercial local, Masih disse que sua esposa e sua cunhada começaram a trabalhar em uma fábrica farmacêutica há mais de dois anos. As irmãs foram às compras na noite de 26 de novembro e, quando não voltaram para casa, Masih e outros parentes registraram um Relatório de Primeira Informação na delegacia de Kahna Nau após procurá-las, disse ele.
O oficial investigador do caso, Iftikhar Hussain, disse que os policiais levaram Mumtaz e Butt sob custódia depois que parentes das irmãs o informaram que Mumtaz costumava pressionar as duas mulheres a se casarem com ele e que os dois suspeitos confessaram tê-las matado.
“Durante o interrogatório, Naeem confessou que eles haviam sequestrado as irmãs e, depois de mantê-las como reféns por alguns dias para satisfazer os desejos sexuais deles, cortaram suas gargantas e jogaram seus corpos no ralo”, disse Hussain ao Morning Star News.
Dor e luto
Masih disse que sua família ficou arrasada quando a polícia os informou sobre a recuperação dos corpos, cujas mãos e pés estavam amarrados.
“Tenho três filhos e uma filha, o mais velho com 11 anos e o mais novo com 5, enquanto Abida tem apenas uma filha, com 9 anos”, disse Masih ao Morning Star News. “Você pode imaginar o trauma emocional e mental que nossos filhos e todos os outros membros da família estão sofrendo desde que Sajida e Abida desapareceram. Quando a polícia nos informou que havia identificado os dois corpos como sendo de nossas entes queridas, parecia que nosso mundo inteiro havia desmoronado”.

Masih e outros parentes foram chamados a reconhecer os corpos gravemente decompostos.
“Ainda não consigo imaginar o local onde vi o corpo de minha esposa em decomposição”, disse ele.
O Ministro das Minorias e Direitos Humanos da Província de Punjab, Ejaz Alam Augustine, disse que visitou as famílias em sofrimento com as perdas.
“Nenhuma palavra é suficiente para condenar a barbárie infligida às duas mulheres inocentes”, disse ele, acrescentando que instruiu a polícia a garantir que os criminosos e todos os que facilitaram o crime sejam punidos.
O ministro disse que o número crescente de conversões forçadas de mulheres e meninas cristãs em Punjab é uma tendência perigosa e que o governo está elaborando uma legislação para criminalizá-las.
“Enviamos um projeto de lei ao ministério provincial de direito para avaliação. Será apresentado na Assembleia do Punjab após a evolução do consenso de todos os partidos políticos”, disse ele.
Augustine acrescentou que o consenso sobre a legislação era necessário para garantir sua aprovação unânime, caso contrário, ela fracassaria.
Fonte: Guiame